27 e 28/10/2010 Travessia de
Vila Franca de Xira
a
Vila Velha de Ródão
Antes de passar ao relato desta travessia alucinante (provocada pelo calor), não quero deixar de “Não” agradecer ao mentor do passeio, o Miguel, pelo facto de “Não” se ter deixado ficar quieto e “Não” anunciar voltas “Não” maravilhosas e também à minha secretária particular, Xana, por “Não” me ter proibido de desmarcar as aulas que já estavam marcadas.
Já agora, um “Não” obrigado às meninas Carla e Tânia, por “Não” nos obrigarem a ir para a praia ou passear por um centro comercial qualquer e nos permitirem estas aventuras que “Não” lembram a ninguém.
Agora sim... os dados lançados pelo Miguel, prometiam um fim de semana longo, duro, mas acima de tudo, belo, o que me levou a querer participar e acima de tudo voltar a ter o prazer de pedalar com os “Gatos”, com quem já não pedalava há muito tempo.
A saída, foi de Vila Franca de Xira bem cedo, com a intenção de fugir um pouco ao calor e para tal um pouco após as 7h da manhã lá iniciámos a nossa viagem.
Já nas Lezírias, veio a primeira dificuldade do dia... um portão fechado, que nos obrigou a puxar
pelo físico e saltá-lo!!! E aqui as meninas, até se portaram bem pois conseguiram trepar o dito cujo??? Mas, sem sapatos??? Vá-se lá perceber as mulheres... tirar sapatos para subir um portão!!!
Para espanto meu, apesar de ter sido avisado disso, grande parte do caminho foi sempre por trilhos, nomeadamente por single-tracks que acompanham os canais de água para as regas e desde Vila franca até Coruche civilização propriamente dita... nem vê-la.
Aliás, em toda a viagem, posso dizer que foram raras as povoações que atravessámos, pois andámos sempre no meio do nada.
De Coruche para a frente o calor começou a fazer-se sentir e é engraçado que um simples campo de milho a ser regado, pode fazer a alegria a 4 alminhas sedentas por um pouco de água ou até de chuva mesmo???
Os Kms iam passando e a temperatura ia aumentando e raramente baixava do 40 graus e em todos os riachos ou coisas parecidas que tivessem água, nós parávamos para refrescar e rezar por uma chuvinha.
Ironia do destino, ao passarmos por uma terriola, de nome “Água todo o ano”, as nossas preces foram ouvidas e até bem demais... e como não há chuvinha que não dê em diluvio, o temporal abateu-se sobre nós e até trovoada tivemos???
A dormida estava programada para Ponte de Sôr e já aqui, como tínhamos pedalado pouco (120 Kms), optámos por fazer as compras do abastecimento do dia seguinte a pé... e desde a residencial ao supermercado e ao restaurante, 1h30m de caminhada souberam mesmo bem... um pouco mais do que tudo o resto???
Honestamente o cansaço era tal, que o pensamento de não fazer o 2º dia foi levado bem a sério por mim e pela Carla, mas o incentivo dos “Gatos” e o optimismo sempre presente nas palavras da Tânia, levaram-nos a arriscar... e ainda bem que assim foi.
Para terminar este primeiro dia, só o pormenor do jantar ter sido
maravilhoso... também ele nos ajudou a recuperar energias e peso para o dia seguinte... sim, que isto de estar habituado a estar com excesso de peso no corpo e de carregar com uma mochila pesada às costas??? Se não recuperasse o peso perdido durante o dia no jantar, no dia seguinte já não teria tanta piada.
Para o 2º dia, estavam guardadas as maiores dificuldades... subidas e a obrigação de cumprir horário, pois o comboio em Vila Velha de Ródão não esperava, o que nos levou a sair bem cedo para não arriscar.
Pequeno almoço às 6h15m e pouco tempo depois... siga que se faz tarde.
Uma constante neste dia foram os canitos... pequenos, grandes, escuros, claros... todos eles contribuíram para que não nos atrasássemos??? Era uma correria atrás da malta para aumentarmos o ritmo da pedalada que só visto.
Para gerir melhor o esforço, neste dia, optámos por fazer paragens mais regulares para comer e tirar peso das costas... e aqui posso dizer que a fama do Miguel ser “pró” a descascar laranjas se confirma... o rapaz tira a casca das meninas em 2 segundos.
Numa das paragens que fizemos numa terriola, apesar de não ter companhia, ainda bebi um branquinho bem fresquinho, que muita energia me deu... mas não a suficiente para o que ainda estava por vir.
Apesar de toda a viagem estar a correr dentro do previsto e as dificuldades estarem todas a ser ultrapassadas... a última do dia ia para lá de tudo aquilo que eu ou os meus companheiros pudéssemos imaginar??? Para esta devíamos ter tido umas aulas com o João Garcia... e aqui, acho que pela primeira vez desde que pratico desporto, no momento em que deixei de conseguir pedalar, ao sair da bicicleta por pouco que não tombei com a cabeça às rodas... o calor abrasador e o esforço despendido estavam a levar a melhor, mas, não há nada que um pouco de carinho e um gel miraculoso não resolvam... e pouco depois, toca a dar aos pés, pois a caminhada ainda era longa.
Quase no alto da serra, ainda nos cruzámos com um grupo de veículos todo o terreno e acabámos por receber os parabéns dos próprios, pois a nossa presença naquele lugar era de louvar.
Daqui para a frente, só nos faltava uma descida até Vila Velha de Ródão... que foi feita na maior das cautelas pois o fim estava perto e os calhaus abundavam na mesma.
O regresso até Lisboa foi de comboio, dentro do previsto e programado pelo Miguel... e para mim e para a Carla foi sem duvida o maior desafio que alguma vez enfrentámos e apesar de todo o cansaço, o prazer de termos conseguido sobrepôs-se a toda e qualquer dor provocada pelos Kms percorridos de mala às costas.
Para finalizar... quero só dizer aos “Gatinhos”, que não guardo rancor por me terem tratado desta forma e espero um dia poder devolver na mesma moeda!!!
Já agora, um “Não” obrigado às meninas Carla e Tânia, por “Não” nos obrigarem a ir para a praia ou passear por um centro comercial qualquer e nos permitirem estas aventuras que “Não” lembram a ninguém.
Agora sim... os dados lançados pelo Miguel, prometiam um fim de semana longo, duro, mas acima de tudo, belo, o que me levou a querer participar e acima de tudo voltar a ter o prazer de pedalar com os “Gatos”, com quem já não pedalava há muito tempo.
A saída, foi de Vila Franca de Xira bem cedo, com a intenção de fugir um pouco ao calor e para tal um pouco após as 7h da manhã lá iniciámos a nossa viagem.
Já nas Lezírias, veio a primeira dificuldade do dia... um portão fechado, que nos obrigou a puxar
pelo físico e saltá-lo!!! E aqui as meninas, até se portaram bem pois conseguiram trepar o dito cujo??? Mas, sem sapatos??? Vá-se lá perceber as mulheres... tirar sapatos para subir um portão!!!Para espanto meu, apesar de ter sido avisado disso, grande parte do caminho foi sempre por trilhos, nomeadamente por single-tracks que acompanham os canais de água para as regas e desde Vila franca até Coruche civilização propriamente dita... nem vê-la.
Aliás, em toda a viagem, posso dizer que foram raras as povoações que atravessámos, pois andámos sempre no meio do nada.
De Coruche para a frente o calor começou a fazer-se sentir e é engraçado que um simples campo de milho a ser regado, pode fazer a alegria a 4 alminhas sedentas por um pouco de água ou até de chuva mesmo???
Os Kms iam passando e a temperatura ia aumentando e raramente baixava do 40 graus e em todos os riachos ou coisas parecidas que tivessem água, nós parávamos para refrescar e rezar por uma chuvinha.
Ironia do destino, ao passarmos por uma terriola, de nome “Água todo o ano”, as nossas preces foram ouvidas e até bem demais... e como não há chuvinha que não dê em diluvio, o temporal abateu-se sobre nós e até trovoada tivemos???
A dormida estava programada para Ponte de Sôr e já aqui, como tínhamos pedalado pouco (120 Kms), optámos por fazer as compras do abastecimento do dia seguinte a pé... e desde a residencial ao supermercado e ao restaurante, 1h30m de caminhada souberam mesmo bem... um pouco mais do que tudo o resto???
Honestamente o cansaço era tal, que o pensamento de não fazer o 2º dia foi levado bem a sério por mim e pela Carla, mas o incentivo dos “Gatos” e o optimismo sempre presente nas palavras da Tânia, levaram-nos a arriscar... e ainda bem que assim foi.
Para terminar este primeiro dia, só o pormenor do jantar ter sido
maravilhoso... também ele nos ajudou a recuperar energias e peso para o dia seguinte... sim, que isto de estar habituado a estar com excesso de peso no corpo e de carregar com uma mochila pesada às costas??? Se não recuperasse o peso perdido durante o dia no jantar, no dia seguinte já não teria tanta piada.Para o 2º dia, estavam guardadas as maiores dificuldades... subidas e a obrigação de cumprir horário, pois o comboio em Vila Velha de Ródão não esperava, o que nos levou a sair bem cedo para não arriscar.
Pequeno almoço às 6h15m e pouco tempo depois... siga que se faz tarde.
Uma constante neste dia foram os canitos... pequenos, grandes, escuros, claros... todos eles contribuíram para que não nos atrasássemos??? Era uma correria atrás da malta para aumentarmos o ritmo da pedalada que só visto.
Para gerir melhor o esforço, neste dia, optámos por fazer paragens mais regulares para comer e tirar peso das costas... e aqui posso dizer que a fama do Miguel ser “pró” a descascar laranjas se confirma... o rapaz tira a casca das meninas em 2 segundos.
Numa das paragens que fizemos numa terriola, apesar de não ter companhia, ainda bebi um branquinho bem fresquinho, que muita energia me deu... mas não a suficiente para o que ainda estava por vir.
Apesar de toda a viagem estar a correr dentro do previsto e as dificuldades estarem todas a ser ultrapassadas... a última do dia ia para lá de tudo aquilo que eu ou os meus companheiros pudéssemos imaginar??? Para esta devíamos ter tido umas aulas com o João Garcia... e aqui, acho que pela primeira vez desde que pratico desporto, no momento em que deixei de conseguir pedalar, ao sair da bicicleta por pouco que não tombei com a cabeça às rodas... o calor abrasador e o esforço despendido estavam a levar a melhor, mas, não há nada que um pouco de carinho e um gel miraculoso não resolvam... e pouco depois, toca a dar aos pés, pois a caminhada ainda era longa.
Quase no alto da serra, ainda nos cruzámos com um grupo de veículos todo o terreno e acabámos por receber os parabéns dos próprios, pois a nossa presença naquele lugar era de louvar.
Daqui para a frente, só nos faltava uma descida até Vila Velha de Ródão... que foi feita na maior das cautelas pois o fim estava perto e os calhaus abundavam na mesma.
O regresso até Lisboa foi de comboio, dentro do previsto e programado pelo Miguel... e para mim e para a Carla foi sem duvida o maior desafio que alguma vez enfrentámos e apesar de todo o cansaço, o prazer de termos conseguido sobrepôs-se a toda e qualquer dor provocada pelos Kms percorridos de mala às costas.
Para finalizar... quero só dizer aos “Gatinhos”, que não guardo rancor por me terem tratado desta forma e espero um dia poder devolver na mesma moeda!!!
Rom Rom... para vocês também.
Se houve um que definitivamente deixou de reclamar por ser aqui achincalhado (diz ele), ouve quem bufasse à força toda...
Para alguns a alegria de conseguir passar um fim-de-semana sem cair...
Para outros a oportunidade de libertarem tudo aquilo que reside dentro deles...
